Ensinamento de Meishu Sama:
Incorporação e encosto
Embora eu esteja sempre alertando sobre o perigo da incorporação, muita gente continua praticando-a. Vou explicar detalhadamente por que isso não é recomendável.
Oitenta ou noventa por cento dos casos de incorporação são de espíritos de raposa, e noventa e nove por cento deles são maus. Enganam as pessoas instintivamente, fazendo-as praticar o mal, e divertem-se muito com isso. Entre eles, há os de nível superior, que, quando incorporam em alguém, dizem ser Nyorai, Bossatsu, Dragão, etc. Tais espíritos, ao mesmo tempo que fazem a pessoa crer, empenham-se através dela, em que outras também creiam. Essa pessoa passa, então, a ser endeusada e a viver cercada de luxo. Frequentemente vemos desses casos.
Entre os espíritos de raposa, os mais velhos possuem considerável poder. Ao visarem um homem, como conhecem tudo que ele pensa, traçam planos baseados nesses pensamentos. Se é pessoa que gostaria de ser venerada como se fosse uma divindade, dela se apossam sorrateiramente e começam a trabalhar nesse sentido. Tais pessoas dizem ser uma nova manifestação de determinada divindade muito conhecida. Não há quem não conheça casos semelhantes.
De maneira extremamente ardilosa, os referidos espíritos procuram formar um elo espiritual com a criatura visada e, como também manifestam alguns milagres, os ingênuos se deixam enganar. Isso acontece muito na sociedade. "Deuses da moda", que surgem em vários lugares, são desse tipo; evidentemente, trata-se de espíritos extraordinariamente hábeis.
Tendo conhecimento que uma pessoa deseja ser rica a todo custo, eles incorporam nela e trabalham com inteligência ardilosa, fazendo-a ganhar muito dinheiro. Porém não escolhem os meios, e em geral induzem-na a cometer crimes. Durante algum tempo as coisas vão bem com a pessoa, mas depois tudo começa a dar errado, havendo muitos que até vão presos.
Se um homem deseja conquistar uma mulher, esses espíritos, habilmente, fazem que ele se aproxime dela e, para despertar-lhe o interesse, utilize métodos e palavras galantes; às vezes até o levam a recorrer a violência. São, portanto, muito perigosos. Tratando-se de espíritos de animal, para eles não existe mal e nem bem. Eles ficam contentes fazendo o homem dançar a seu gosto, como se fosse um boneco. Assim, o ser que é considerado superior a todos os outros encontra-se numa situação lastimável. Se pudesse entender isso, o homem não teria razão para se orgulhar.
Além dos espíritos de raposa, também os espíritos de texugo, de dragão, de "tengu", etc. podem incorporar no ser humano e enganá-lo. Entre eles, o mais temível é o de dragão. Por sua grande inteligência e poder, lhe é muito fácil utilizar o homem à sua vontade e, conforme a situação, feri-lo ou até tirar-lhe a vida. Por ocasião daquele incidente ocorrido no ano passado, atuaram muitos desses espíritos perversos, que agiram com extrema crueldade. Como são muito inteligentes, também dominam o homem ideologicamente. Essa é a causa da maioria dos crimes hediondos, cometidos a sangue frio, em nome desta ou daquela ideologia, com influências maléficas sobre a sociedade.
Comparados aos espíritos de dragão, os de texugo e de "tengu" não têm grande poder. Entretanto, como a maioria destes últimos possui muita força e cultura, apoderam-se dos ambiciosos, manejam-nos, fazem-nos subir na vida e tornar-se renomados na sociedade. Além disso, eles gostam de se gabar. Desde a antiguidade, são muito comuns os casos de incorporação desses espíritos entre os sacerdotes Zen e entre cientistas e fundadores de religiões, mas raros são aqueles cujo poder tem longa duração.
Abordei vários aspectos concernentes à incorporação, mas é preciso saber que os demônios não realizam seus trabalhos maléficos como bem querem. Há um chefe que os dirige, e este é o mais temível. Perante sua força, a maior parte das divindades fica sem ação. Clara ou ocultamente, ele estorva as atividades da nossa Igreja. Como ela representa uma grande ameaça para o mal, quem a combate é o chefe dos chefes. Essa luta é uma manifestação da grande guerra entre o bem e o mal.
Entretanto, existe algo importante do qual se devem precaver: ficar desprevenidos e tranquilos, julgando que, como os messiânicos têm muita proteção, não há perigo de os espíritos de animal encostarem ou incorporarem tão facilmente. Se o fiel pensa dessa maneira eles aproveitam a oportunidade. Além disso, caso a pessoa pratique a Fé Shojo, quanto mais ardorosa ela for, mais fácil será a incorporação, razão pela qual estou sempre alertando sobre o perigo desse tipo de Fé. Quando tais espíritos se apoderam de um indivíduo, este procura mostrar que a Fé Shojo é um bem, apresentando razões persuasivas e exaltando suas qualidades. Eles enganam as criaturas com muita astúcia, e em geral elas acreditam piamente que a Fé Shojo é realmente um bem, passando a trabalhar com entusiasmo. No entanto, como a base está errada, quanto mais elas trabalham, mais negativos são os resultados. Então as pessoas vão ficando cada vez mais nervosas. Chegando a esse ponto, os conselhos dos outros nem entram em seus ouvidos, e elas vão se confundindo mais e mais. Não podendo avançar nem recuar, acabam fracassando.
Existem muitas criaturas assim, mas não há problema se elas despertam logo; caso contrário, ficam completamente perturbadas e perdem a proteção de Deus. Creio, portanto, que entenderam como é temerário professar a Fé Shojo e por que eu sempre falo que o bem de Shojo é o mal de Daijo.
O que melhor distingue a pessoa de Fé Shojo é que ela sempre foge ao que é aceito por todos, e esse ponto fraco é visado pelos demônios. Seja lá o que for, nunca erramos quando julgamos de acordo com o senso comum. Como este é o ponto fraco dos demônios, eu sempre aconselho as pessoas a valorizá-lo.
Encontramos muitos exemplos na sociedade. Crenças que dão valor às atitudes excêntricas, teorias e ideologias também excêntricas, crenças mediúnicas, tudo isso gera problemas, e freqüentemente vemos e ouvimos falar de ocorrências que tumultuam a ordem social. Do ponto de vista espiritual, podemos compreender muito bem o porquê de tais ocorrências. Se o homem venera espíritos de baixa categoria, de animais como raposa, texugo, etc., é porque sua posição está sob a terra, abaixo, portanto, da condição dos quadrúpedes, cujo lugar é sobre ela. Isso significa que, no Mundo espiritual, ele se encontra na "Esfera dos Animais". Como todas as coisas do Mundo Espiritual se refletem no Mundo Material, essa pessoa está no Inferno.
Entretanto, nem todos os espíritos de raposa são maus. Embora raros, alguns são corretos e pertencem ao Mundo Divino, do qual são mensageiros. São espíritos de raposa branca e estão se esforçando no trabalho daquele mundo, sendo muito úteis. Há, por conseguinte, dois tipos de espíritos de raposa: os maus e os bons. Estes últimos também possuem muita força e fazem bons trabalhos.
5 de dezembro de 1951
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