ENSINAMENTOS DE MEISHU SAMA:
INCORPORAÇÃO
Desde épocas remotas são muito numerosos os casos de incorporação, cujos tipos também variam bastante. Atualmente, as pessoas consideradas intelectuais julgam que se trata de superstição; além de não darem atenção ao fato, dão à palavra um sentido pejorativo. Entretanto, segundo meus estudos, a incorporação não é absolutamente superstição, podendo ser de espírito do bem ou de espírito do mal. O importante é distinguir exatamente quando se trata de um caso ou de outro.
Há três tipos de incorporação: de divindades de nível elevado, médio ou baixo; de espíritos de animais, que fingem ser divindades, e de espíritos de seres humanos. No primeiro tipo, inclui-se, por exemplo, o espírito dos fundadores de religiões, como a Sra. Miki Nakayama, da religião Tenri-Kyo, a Sra. Naoko Deguti, da religião Omoto-Kyo, os fundadores das seitas Reimyo-Kyo, Konko-Kyo, Kurozumi-Kyo e Hito no Miti, e, ainda, os iniciados Kobo, Nitiren, Honen e En-no Gyodja, dos velhos tempos. No segundo tipo, situam-se as incorporações observadas em muitas crenças vulgares, existentes em grande número na sociedade, tais como " Inari Kudashi no Gyodja", " Iizuna-Tsukai" e outras. O terceiro tipo, isto é, a incorporação de espíritos de seres humanos, refere-se principalmente aos espíritos dos ancestrais e de parentes mais próximos e recém-falecidos.
Se desenvolvêssemos a capacidade de discernir os tipos de incorporação e soubéssemos dispensar-lhe as devidas cautelas e orientações, a incorporação seria muito útil à sociedade humana. Mas deixo claro que, além desse discernimento ser quase impossível, se o conhecimento sobre o assunto for apenas superficial, as consequências poderão ser desastrosas.
Na Europa e na América, estão realizando ativas pesquisas de Parapsicologia. Na Inglaterra e em vários outros países, já existe até Faculdade de Estudos Parapsicológicos, e também estão se desenvolvendo pessoas de alto potencial mediúnico. Como transmissoras de mensagens emitidas do Mundo espiritual, são dignas de nota as obras do americano Woodrow Wilson (1856-1924) e de Sir Northcliffe (1868-1940), ex-editor do "The London Times". Entretanto, em todos os lugares a situação é idêntica, e na verdade, mesmo na Europa ou nos Estados Unidos, aqueles que se dedicam a esse tipo de pesquisas estão sempre lutando contra o ceticismo das pessoas obstinadas, intituladas intelectuais, e contra a descrença dos cientistas bitolados no materialismo. Mas a vantagem é que, como naqueles países as leis não são medievais, a pesquisa é livre. Se fizermos uma comparação, concluiremos que, pela opressão do governo e pela descrença dos cientistas, até hoje, lamentavelmente, ainda não foram realizadas pesquisas consideráveis no Japão.
5 de fevereiro de 1947