Ensinamento de Meishu Sama:
POLINDO O TIÊ
Eu executo o meu trabalho como se fosse um divertimento. Para mim, o trabalho não é algo penoso, mas um hobby.
Uma das diversas formas de manifestação de Kannon é Yuguyo Kannon (o Kannon que se diverte). Eu procedo exatamente igual a esse Kannon e assim tudo corre bem. Nesse ponto, eu faço o contrário daquilo que se costuma fazer. E os adeptos deveriam fazer igual a mim. Porque quando o trabalho é penoso e realizado de má vontade, geralmente não rende.
Se você atende a um pedido para ministrar Johrei a uma pessoa doente, e o faz com boa vontade e alegria, certamente obterá melhores resultados de cura. E então tem vontade de voltar a atender a pessoa, porque vê que a está curando.
Quanto mais um trabalho é feito com alegria, tanto melhores são os resultados. Mas o ser humano se habituou de tal modo ao sofrimento, que o considera normal. Isto ás vezes também acontece comigo. Mas quando as coisas não correm de maneira desejada, percebo que eu estava executando esse trabalho penosamente. Então o deixo momentaneamente de lado e vou fazer outra coisa.
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O Tempo também é um fator muito importante a considerar. Se, por exemplo, você tiver um bom plano mas ainda não tiver chegado o tempo de sua concretização, o trabalho não correrá da maneira desejada. Isto não quer dizer que aquilo que você está pretendendo fazer esteja errado. É que simplesmente ainda não chegou o tempo.
O importante, portanto, é ter Tiê (sabedoria, percepção) para perceber essas coisas.
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A Ordem é outro fator importante para um bom resultado. Se você elaborou um bom plano que tem tudo para dar certo, mas começam a surgir empecilhos e impedimentos, muitas vezes é a ordem que está errada. Dispondo as coisas na devida ordem, tudo se processa com maior facilidade.
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Quem é dotado de Tiê percebe rapidamente em que consiste a falha. O Tiê, portanto, afeta grandemente aquilo que as pessoas fazem.
Se você, por exemplo, ministra Johrei mas não está obtendo resultados, é porque algo está errado. Mais tarde descobre que estava ministrando Johrei no lugar errado ou que a ordem estava errada.
Se alguma coisa não corre bem, é porque há uma razão para isso. Se um doente, por exemplo, apesar de receber Johrei, continua doente, ou é porque ele tem muitos parentes e amigos que se opõem ao Johrei, ou o pensamento dessa pessoa está totalmente errado.
Se um doente nada sabe a respeito de Johrei, é natural que o receba duvidando, a título experimental. Nesse caso Deus permite, porque há uma razão para essa dúvida.
Mas se uma pessoa já recebeu muitas graças, já ouviu muitas explicações, já leu muitos Ensinamentos e, especialmente, seja é membro do nosso Templo mas, mesmo assim, tem pensamentos muito diferentes dos contidos nos Ensinamentos nesse caso é difícil melhorar.
Portanto, sempre existe uma razão.
Muitas vezes acontece que pessoas que nutriam muitas dúvidas alcançam rapidamente a cura; ao passo que outras que há muito tempo acreditam no Johrei, tem dificuldades para se curarem.
Aquele que é dotado de Tiê percebe rapidamente a razão disso refletida no espelho do coração. Mas quando o espelho está enevoado, não reflete bem. Por isso é preciso polir sempre o espelho da mente, para que ele possa refletir melhor. Então, descobre rapidamente a razão.
Esse ponto é muito importante, embora algumas pessoas dentro da religião o negligenciem.
Quem já consegue trabalhar num certo nível de Tiê é chamado de "homem desperto". Chama-se de "grande desperto" àquele que chegou ao ponto máximo da expansão de consciência.
Sakyamuni disse: "Quem se propõe a essa meta (a de despertar a consciência) já é Bossatsu".
Há pessoas que percebem rapidamente coisas que indivíduos comuns não percebem. Essas pessoas já estão despertas, porque o homem desperto tem menos nuvens no coração.
A melhor maneira de diminuir as nuvens e deixar limpo e polido o espelho do coração é ler os Ensinamentos.
Muitas vezes acontece que alguém, ao ler pela primeira vez o Ensinamento, não entende o seu significado. Mas ao relê-lo depois de algum tempo, entende claramente o que procurava. Isto significa que quando leu da primeira vez, ainda tinha muitas nuvens. Mas depois, à medida que as máculas iam sendo eliminadas, começou a entender melhor.
05/12/1953